oh, e como era bonita a visão do vértice. ali, nós três. vocês dois uma reta, de braços unidos. Uma reta, até eu aparecer, de braços abertos e diagonais, e formamos nosso elo geométrico. Três, três. Como é cabalístico o número três. A música três do nosso disco era sempre a melhor. Três pratos de trigo para três tigres tristes.
Procurava, insone, naquelas noite em que meu corpo era mais que um expoente, mas uma junção com os vossos. nossos. nossos três, numa cama tão quente que chegava a sublimar. éramos naftalina evaporando aos poucos nos vossos aramados tecidos de linha tão vagabunda. éramos pouco luxo, nós três. éramos pelo raso, pelo fútil, pelo pinga e pela oração bandida aos nosos próprios santos. e rezávamos sempre, todos os dias, pedindo a afrodite ou a hera, à luxúria ou a ira, na nossa junção satânica. o que a igreja diria? ... então recorríamos aos deuses gregos, estes assim, tão sem preconceitos. adoro a grécia. comecei a gostar mais ainda depois que descobri o um mais dois, o dois mais um. o um, mais um, mais outro. nunca duvide da matemática, meu amor.
nossa ciência exata, nós três. ah, deus. a música três era sempre a mais sonora. mas não era somente música, nem somente gozo, nem somente isso. tinha uma coisa do vértice mesmo, das três retas. éramos pontos, e nossos corpor eram retas. e dentro não era vazio. éramos um sólido, não apenas a forma, mas ali dentro, um mar preenchido, tão instável.
naufragávamos pela tarde. regatávamos nossa sobrevivência à noite.
adorava aqueles dias, de vocês dois divagando, no nosso covil enquanto eu lia. ou quando eu divagava e outros liam. ou quando todos liam, e ninguém divagava; e todos divagavam freneticamente sobre nós. e toda rua comentava.
despudorados!
o que deus pensaria de nós? então, deixa que afrodite nos abrace. deixa esse teu deus lá fora, e guarda teu missal pra mais tarde. pega a janta, e que bebamos um vinho grosso qua transborda na boca. hoje, queridos... hoje é tudo que resta, porque alguns casam, e alguns crescem, e não temos mais dezoito anos, nem aquele pensamento revolucionário. as pessoas prendem o choro, e prendem a alma.
na minha vida, sem geometrias. gosto de literatura. queimei meus livros de matemática e joguei pela janela no nosso último encontro. éramos pelo amor, mas crescemos. e eu amava, e vocês também, loucamente, e como amávamos. e como nos embriagávamos de veneno.
me embriago de veneno, então, mas não morro. afinal, eu lembro toda vez, pelo menos quando vejo algo à nossa forma na rua. doritos. fomos reduzidos a isso, farelo em pacote de criança. hoje somos régua de cálculo e canto de encruzilhada. canteiro, brinco de mulher a reluzir. somos somente a forma que nos lembra.
oh, jamais duvide das geometrias.
Procurava, insone, naquelas noite em que meu corpo era mais que um expoente, mas uma junção com os vossos. nossos. nossos três, numa cama tão quente que chegava a sublimar. éramos naftalina evaporando aos poucos nos vossos aramados tecidos de linha tão vagabunda. éramos pouco luxo, nós três. éramos pelo raso, pelo fútil, pelo pinga e pela oração bandida aos nosos próprios santos. e rezávamos sempre, todos os dias, pedindo a afrodite ou a hera, à luxúria ou a ira, na nossa junção satânica. o que a igreja diria? ... então recorríamos aos deuses gregos, estes assim, tão sem preconceitos. adoro a grécia. comecei a gostar mais ainda depois que descobri o um mais dois, o dois mais um. o um, mais um, mais outro. nunca duvide da matemática, meu amor.
nossa ciência exata, nós três. ah, deus. a música três era sempre a mais sonora. mas não era somente música, nem somente gozo, nem somente isso. tinha uma coisa do vértice mesmo, das três retas. éramos pontos, e nossos corpor eram retas. e dentro não era vazio. éramos um sólido, não apenas a forma, mas ali dentro, um mar preenchido, tão instável.
naufragávamos pela tarde. regatávamos nossa sobrevivência à noite.
adorava aqueles dias, de vocês dois divagando, no nosso covil enquanto eu lia. ou quando eu divagava e outros liam. ou quando todos liam, e ninguém divagava; e todos divagavam freneticamente sobre nós. e toda rua comentava.
despudorados!
o que deus pensaria de nós? então, deixa que afrodite nos abrace. deixa esse teu deus lá fora, e guarda teu missal pra mais tarde. pega a janta, e que bebamos um vinho grosso qua transborda na boca. hoje, queridos... hoje é tudo que resta, porque alguns casam, e alguns crescem, e não temos mais dezoito anos, nem aquele pensamento revolucionário. as pessoas prendem o choro, e prendem a alma.
na minha vida, sem geometrias. gosto de literatura. queimei meus livros de matemática e joguei pela janela no nosso último encontro. éramos pelo amor, mas crescemos. e eu amava, e vocês também, loucamente, e como amávamos. e como nos embriagávamos de veneno.
me embriago de veneno, então, mas não morro. afinal, eu lembro toda vez, pelo menos quando vejo algo à nossa forma na rua. doritos. fomos reduzidos a isso, farelo em pacote de criança. hoje somos régua de cálculo e canto de encruzilhada. canteiro, brinco de mulher a reluzir. somos somente a forma que nos lembra.
oh, jamais duvide das geometrias.


1 Comments:
Eu não quero virar doritos. Não quero. Hehe
dl
Post a Comment
<< Home