Saturday, May 13, 2006

se você não atende meu telefonema às cinco da manhã, eu juro, eu juro por tudo isso que é mais sagrado, que te empalo. Desculpe meus atentos violentos, mas é que, poxa, né? Eu não aguento mais ser chamado de desequilibrado, que vão me internar e meter uma borracha gordurosa e fedida na minha boca, de maxilares cansados de tanto ranger os dentes. Essa borracha que vai atrofiando meus nervos para calar minha boca e me livrar de convulsões. Oh, meu deus, você quer isso pra mim? Você quer que eu convulsione no meu quarto? Eu, que... não. Não me faço de vítima, benzinho. Pára, me escuta! Chega! Não, não ligue pra esse meu ímpeto, já passou, isso, veja como eu respiro agora tranquilo, ritmado... Um, dois, três quatro. Quatro minutos desde que você me deu às costas e eu fiquei aqui, sem porto e sem bóia, sem navio pra afundar junto. Afundo sozinho, então. Deixa eu te ligar hoje, quando eu quiser, esteja disponível. Não vire-se assim. Espera, olha, estou com as mãos no teu ombro, as duas, pra enfatizar minha angústia pra que fiques!
Não vá mais! Ou então pode ir. Eu que sou sempre a vítima, não é mesmo? Juro que me vingo, que quando te pegar com outro na Redenção, jogo uma barraca toda de pipoca na tua cabeça. Oh, agora eu acho uma dádiva ser esse desequilibrado que julgas. Não tenho mais limites, não é mesmo? E isso é A DÁDIVA. Eu quero correr de cima a baixo e me jogar do penhasco dos teus cabelos. Não me venha dizer que é autodestruiçao. Você já sentiu, meu amor, a paixão te esquentando as veias? Algum dia, um ínfimo? Um segundinho? E você já sentiu o sopro glacial de um abandono?
Só quem é abandonado sabe, e você não liga, porque vai sair com seu carro desse bar, onde eu sou um estorvo escandaloso te puxando pelos ombros e chegar em sua casa pra tomar um banho longo e quente enquanto me censura por ser tão passional. Eu, quando chegar em casa, não tomarei banho e nem tomarei em absoluto durante alguns dias, até que eu resolva adentrar a banheira pra te espantar. Pra tirar teu cheiro. Porque durante uns três dias a única coisa que me restará é o resquício mofado do teu casaco na minha mão.

4 Comments:

Blogger melissa in the sky said...

" jogo uma barraca toda de pipoca na tua cabeça "
vc me faz rir até num texto vomitado feito esse. O legal foi que eu imaginei a cena e ri sozinha, meu pai mexendo no PC ao lado do meu parou e ficou me olhando com aquele ar de quem diz 'tá boba é?'.

Se ele me internar num hospicio, que seja o mesmo que o teu =)

1:33 PM  
Anonymous Anonymous said...

caio sentiria invejinha de ti. juro.

3:30 PM  
Anonymous Anonymous said...

Nice colors. Keep up the good work. thnx!
»

11:50 AM  
Anonymous Anonymous said...

Your are Nice. And so is your site! Maybe you need some more pictures. Will return in the near future.
»

11:53 AM  

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