às vezes eu me pego sentado, fantasiando situações hipotéticas. às vezes o meu som ligado, eu escuto as letras das músicas fingindo que estou vivendo cada pedaço daquele amor. muitas dessas noite, já na cama, eu abraço o travesseiro, e aspiro longamente o aroma do lençol. obviamente você nunca se deitou nele, mas eu imagino que sim, e me esbaldo numa companhia solitária, um consolo patético.
mas sabe que, agora, nesse exato minuto, não fantasio, não cheiro, não suspiro, não alimento. nesse minuto eu estou sentado, sim, eu e um cigarro ruim, e uma vela, que ilumina o ambiente. só a vela. e eu reparo que a chama dela é pequena, quase imperceptível. e aquela chama me lembra o óbvio, e o óbivo, tão doloroso à primeira vista, agora nesse corpo anestesiado não se faz tão ferino. o óbvio é que, dessa chama toda, restou as cores de uma paixão cinzenta e uma mágoa.
apago o cigarro, assopro a vela. e tomo logo as pílulas de dormir, pra não pensar em bobagem no colchão.
mas sabe que, agora, nesse exato minuto, não fantasio, não cheiro, não suspiro, não alimento. nesse minuto eu estou sentado, sim, eu e um cigarro ruim, e uma vela, que ilumina o ambiente. só a vela. e eu reparo que a chama dela é pequena, quase imperceptível. e aquela chama me lembra o óbvio, e o óbivo, tão doloroso à primeira vista, agora nesse corpo anestesiado não se faz tão ferino. o óbvio é que, dessa chama toda, restou as cores de uma paixão cinzenta e uma mágoa.
apago o cigarro, assopro a vela. e tomo logo as pílulas de dormir, pra não pensar em bobagem no colchão.